Tudo sobre a Cotesia flavipes

No ecossistema da natureza, cada ser vivo desempenha uma função essencial no ciclo da vida. Entre esses agentes, estão as microvespas Cotesia flavipes, uma das maiores protagonistas do controle biológico na cultura da cana-de-açúcar.

A Cotesia atua no combate da Diatraea saccharalis, a temida broca-da-cana que causa grandes prejuízos na lavoura, sem agredir o meio ambiente, os inimigos naturais ou os polinizadores da lavoura.

Por isso, a adoção cada vez mais frequente desse controle biológico tem promovido transformações na gestão agrícola, desde a redução de custos com químicos até a melhoria da produtividade, contribuindo para práticas agrícolas mais sustentáveis e compatíveis com exigências de mercado.

Neste blog, você vai entender tudo sobre a Cotesia: o que é, como atua, como é produzida, aplicada e monitorada no campo, além de conhecer os benefícios práticos que ela oferece para empresas que atuam na produção de açúcar e etanol.

O que é a Cotesia flavipes? 

A Cotesia flavipes é uma microvespa da família dos braconídeos, medindo entre 2 e 3 milímetros, totalmente inofensiva ao ser humano, animais e ao meio ambiente. Originária do sudeste asiático, essa espécie foi introduzida no Brasil para auxiliar no combate à broca-da-cana (Diatraea saccharalis), uma das pragas mais prejudiciais à cultura da cana-de-açúcar.

Ela atua como parásitoide larval, depositando seus ovos dentro da lagarta da broca, onde as larvas se desenvolvem até eliminarem o hospedeiro. O processo é 100% natural, altamente seletivo (atinge apenas a praga-alvo) e extremamente eficiente, proporcionando um controle sustentável e de longo prazo.

Como a Cotesia funciona no controle biológico da Diatraea saccharalis?

A eficicácia da Cotesia no controle biológico é resultado de uma interação natural e muito precisa:

Nos canaviais, a fêmea da Cotesia (somente elas são capazes de parasitar a praga) busca os pequenos orifícios feitos pela broca nos entrenós da cana. Ao localizar a lagarta, a Cotesia introduz o ovipositor para depositar os ovos na cavidade interna da broca.

Após uns 3 a 4 dias, os ovos depositados eclodem e liberam larvas da Cotesia, que se alimentam do interior da lagarta sem matá-la imediatamente. Esse processo dura em média 5 a 7 dias, quando as larvas completam seu desenvolvimento, elas perfuram a casca da praga e saem para fora, formando a massa branca  (casulos esbranquiçados), levando a eliminação da broca. A partir daí, novas microvespas surgem para reiniciar o ciclo biológico.

A grande vantagem desse método é sua ação seletiva, que não afeta organismos benéficos como polinizadores ou outros inimigos naturais. 

Como é feita a aplicação?

A liberação da Cotesia flavipes pode ser realizada de duas maneiras nos canaviais:

Copo ou manual: Os técnicos caminham pelo talhão distribuindo pequenos copos plásticos contendo a Cotesia em pontos estratégicos. É um método eficaz, mas que exige cuidado com as condições de transporte e temperatura.

Drones: Os drones realizam a liberação de forma rápida e uniforme por voo programados, alcançando áreas extensas e de difícil acesso. Essa tecnologia mantém a qualidade dos parasitóides até o momento da aplicação, evitando desperdício e aumentando a eficiência no controle biológico. Além disso, essa é a alternativa ideal para grandes áreas de produção.

Independentemente da forma escolhida, o objetivo é garantir que a Cotesia flavipes seja liberada no campo com vitalidade e em quantidade suficiente para manter a população da broca-da-cana sob controle, protegendo o potencial produtivo da lavoura.

Após 15 dias da aplicação é essencial realizar o monitoramento técnico para avaliar se há sinais de infestação ativa, como ovos ou lagartas jovens, a liberação deve ser retomada ou intensificada.

Por que isso é importante para sua produção?

A ação da Cotesia é vital para evitar perdas significativas: uma lavoura com apenas 1% dos colmos atacados pela broca pode perder cerca de 35 kg de açúcar e 30 litros de etanol por hectare. 

Ao reduzir drasticamente a população da praga, a Cotesia promove impactos positivos como:

Redução da infestação da broca-da-cana: O parasitismo promovido pela Cotesia quebra o ciclo de vida da praga.

Minimiza o uso de inseticidas químicos: Preserva inimigos naturais que são benéficos para lavoura, além de melhorar o equilíbrio biológico da lavoura;

Melhoria na qualidade da cana colhida: Menor incidência de brocas e redução de perdas.

Prolonga a proteção no campo e evita a reinfestação em áreas próximas: Após parasitar a broca, a Cotesia flavipes reinicia seu ciclo biológico para continuar atuando no controle ou se dispersa naturalmente;

Aumenta a sustentabilidade da produção: Menos necessidade de replantio precoce, além de favorecer boas práticas agrícolas exigidas pelo mercado.

Pode ser usado com outros métodos?

Sim. A Cotesia flavipes é totalmente compatível com práticas de Manejo Integrado de Pragas (MIP), desde que sejam adotados métodos seletivos, ou seja, inofensivos aos inimigos naturais. Isso inclui o uso de agroquímicos classificados como seletivos, que não afetam diretamente os parasitóides.

Caso seja necessário aplicar produtos menos seletivos, o ideal é suspender temporariamente a liberação da Cotesia ou aguardar um período seguro antes de retomar o controle biológico. Assim, evita-se reduzir a eficiência dos parasitóides no campo.

Ao integrar a Cotesia flavipes a outras práticas do MIP, o produtor consegue prolongar o efeito do controle, reduzir custos a longo prazo e minimizar o impacto ambiental, mantendo a lavoura saudável e produtiva.

Saiba mais sobre o MIP em: https://rlcontrolebiologico.com.br/2025/08/06/a-importancia-do-controle-biologico-no-manejo-integrado-de-pragas/

Produção em biofábrica: tecnologia a serviço do campo

A Cotesia flavipes é criada em biofábricas, sob condições controladas, com rigor técnico e protocolos de qualidade. O processo se inicia na postura, pela criação da broca-da-cana como hospedeira e o parasitismo em laboratório, garantindo alta taxa de eficácia. 

Ao adotar a Cotesia flavipes, principalmente através de parceiros como a RL, os produtores aliam eficiência produtiva e sustentabilidade pela confiança de contar com um rigoroso controle técnico e de qualidade.

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